"A educação não transforma o mundo.
Educação muda pessoas.
Pessoas transformam o mundo".

Paulo Freire.

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

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Pirâmide de Queops - Cairo - Egito. 


O PAPEL DO PROFESSOR DE HISTÓRIA

" O HISTORIADOR é o homem que passou a ser consciente e que caminha de olhos abertos".
(Autor: José Geraldo V. de Carvalho - Cônego, professor do Instituto de Filosofia do Seminário de Mariana). 
Leia o texto abaixo e descubra as possibilidades que o conhecimento histórico  oferece: 




 O historiador é um cientista social com notável influência na sociedade. As Ciências Sociais tiveram seu espaço dilatado, graças ao surgimento de notáveis historiadores, sobretudo no século XX. Estas ciências passaram a ter uma influição decisiva na conjuntura atual. Ao professor de história incumbe ativar uma consciência crítica através da habilidade que pode suscitar nos alunos para interpretar os eventos. A análise objetiva, que desmitifica certas colocações da História dita oficial, desenvolve a capacidade do discente que deixa de ser recebedor de informações factuais para ser um hermeneuta dos atos humanos do passado e dos fatores que neles influíram, vistos numa sucessão temporal. É o intérprete-arguto,capaz de captar a realidade. Conscientizar-se de que é um ser histórico que pode ajudar e deve ajudar a construir uma sociedade mais justa.
A História, além disso, reescrita a partir do cotidiano do povo que a viveu, de lá onde borbulham as esperanças , os desejos, as angústias, as decepções, as conjeturas de uma massa que soube se exprimir por meio de movimentos expressivos, relegados propositalmente a segundo plano, pois, muitas vezes, a preocupação é apenas exaltar determinados acontecimentos que exaltam a classe privilegiada. 
Cabe também ao historiador dar uma contribuição para esclarecer os conflitos da atualidade. Aí sua responsabilidade social. Inestimáveis os seus préstimos pelas luzes que lança sobre os fatos contemporâneos e pelas advertências que faz em relação ao porvir com sua visão prospectiva. É que, pelas conexões causais, o que ocorre hoje está ligado ao passado, dado que dele resulta. Daí uma história a serviço do presente, estando o historiador não de costas para o futuro, mas de frente para o mesmo, profilaticamente, atalhando os males sociais. Como nota Jean Glênisson, a História "é libertadora do passado, ela deve ser o esforço disciplinador do mito, ela propicia um alargamento da experiência humana e da compreensão, é uma forma de autoconhecimento, enfim " a história é como um órgão de nosso conhecimento, um instrumento indispensável para a construção do nosso universo humano". Marrou atribui à História, como uma de suas funções principais, o enriquecimento do universo interior de cada uma pela reassunção dos valores culturais, recuperados aos tempos idos. Assevera que o historiador " é o homem que passou a ser consciente e que caminha de olhos abertos, que não se deixa enganar (...) leva a cabeça alta, contempla o horizonte imenso aberto aos quatro ventos do espírito". 
Notáveis, portanto, as possibilidades que a História oferece e o bom professor desta disciplina faz seus epígonos participantes de sua imensa riqueza e oferece, sobretudo aos jovens, a certeza de que muito podem fazer pelo bem da sociedade pelo fato de serem seres eminentemente históricos. 

(Autor: José Geraldo V. de Carvalho - Cônego, professor do Instituto de Filosofia do Seminário de Mariana).